DIA DA AVIAÇÃO DE ASAS ROTATIVAS

04/02/2010 - 08h19 Dia da Aviação de Asas Rotativas - Ordem do Dia Integrantes da Aviação de Asas Rotativas! Há bem pouco tempo lançamos o primeiro míssil a partir de uma plataforma de nossa Aviação. Fato inimaginável e ao mesmo tempo um sonho para aqueles que deram suas vidas na construção desta realidade. Vale lembrar que houve épocas em que nossa principal missão era apoiar ao Exército Brasileiro em suas tarefas. Além da indiscutível capacidade SAR, muito pouco nos restava no campo do emprego do poder aéreo. O paradoxo de poder cumprir qualquer tipo de missão era uma benção e ao mesmo tempo um mal e nossa polivalência, que era tão aceita para as atividades de paz, não o era para as de guerra. Nascidos à sombra de nossa irmã, a Aviação de Busca e Salvamento, brigávamos por uma identidade própria até que o Exercito Brasileiro ativou sua própria frota de helicópteros. O que parecia ser uma perda de poder transformou-se num grande incentivo. Nunca será demais às nossas mentes relembrar a RAAR de Manaus, em 1988, quando uma das unidades operadoras de Esquilo apresentou o H-50 armado a partir de um projeto bastante interessante. Naquele momento ouvimos, pela primeira vez e provocados por um de nossos comandantes, o grito de guerra que ecoa até os dias de hoje: "Aos rotores, o sabre". Devíamos conquistar novos horizontes e foi, através do mesmo SAR, agora com a roupagem do combate, o CSAR, que nossa longa caminhada recomeçava. Em busca de nosso sabre, nossa plena capacidade de estar no rol daqueles que aplicam o poder aéreo, aliamo-nos à Aviação de Caça, que regressava da Red Flag e onde havia presenciado diversas ações para o resgate de pilotos ejetados. Convencidos da necessidade de agregar potencialidades aos vetores de Asas Rotativas que ingressariam em território hostil para o resgate, iniciamos o combate aéreo entre helicópteros, que foi secundado pelo combate dissimilar, momento em que foi comprovado que o maior inimigo de um helicóptero seria outro e não uma aeronave de asa fixa, como se propagava à época. Ilhas de excelência foram ativadas para que os conhecimentos recém adquiridos não se perdessem mas sim pudessem ser transferidos para outras unidades e assim foi feito, enquanto umas unidades desenvolviam a capacidade de voar com óculos de visão noturna (NVG), outras, perfis de navegação entre obstáculos, técnicas de CSAR, reabastecimento e rearmamento em pontos remotos. Algumas de nossas unidades passaram a ter papel também na defesa aérea de pontos sensíveis. Vieram as operações CRUZEX e a capacidade de aplicar conceitos de C2 ao CSAR e ingressar de fato no mundo real das operações combinadas. No campo das atividades sociais, continuamos nossa luta nas vacinações amazônicas, nas grandes calamidades que afetaram nosso país e alguns dos nossos vizinhos e na presença diária de nossas tripulações prontas para o SAR. Sim, gente da Aviação de Asas Rotativas, convencíamos mas nossas conquistas careciam de uma correspondência material. Voávamos e voamos antigas aeronaves que não atendem a plenitude de nossa vocação. Mas o ponto de inflexão, já superado em termos conceituais, está acontecendo nestes tempos. Já há alguns anos voamos os Black Hawk na Amazônia. Há poucos meses, recebemos o AH-2 que em breve estará em plena operação e mudará nossa capacidade de ataque com helicópteros e logo estaremos recebendo novos COUGAR, plenamente equipados para o CSAR, permitindo que todos os conhecimentos passem da teoria para a prática. Complementando este quadro, tivemos a concentração dos helicópteros Esquilo na instrução em Natal, o que permitirá um maior volume de horas de treinamento dos novos integrantes de nossa aviação. Sim, conseguimos evoluir de uma polivalência utilitária para o "status de ameaçadora plataforma de emprego do Poder Aéreo, valiosa arma para a defesa da Pátria e dos interesses nacionais". Estamos trazendo orgulho aos que nos antecederam e aos bravos combatentes que, naquele terceiro dia do mês de fevereiro de 1964 ingressaram, tripulando dois helicópteros H-19 da ONU, em território dominado pelo inimigo em missão de paz das Nações Unidas no Congo, para resgatar missionários e freiras que estavam sob ameaça de um violento grupo guerrilheiro. Somos vitoriosos! Mas nunca nos esqueçamos do quanto custou. Continuemos a valorizar os esforços de nossos antecessores. Eles merecem e é o que a Força Aérea Brasileira espera de nós. Aos rotores, o sabre! BRASÍLIA, 03 DE FEVEREIRO DE 2010. TEN BRIG AR GILBERTO ANTONIO SABOYA BURNIER COMANDANTE DO COMGAR Fonte: COMGAR

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Sobre o Autor: JORGE CESAR DE ASSIS

Advogado inscrito na OAB-PR. Integrou o Ministério Público Militar da União de 1999-2016. Integrou o Ministério Público paranaense de 1995-1999. Oficial da Reserva não Remunerada da Polícia Militar do Paraná. Sócio Fundador da Associação Internacional das Justiças Militares. Membro Correspondente da Academia Mineira de Direito Militar. Coordenador da Biblioteca de Estudos de Direito Militar da Editora Juruá.

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